Dissertação do PPGCOM é premiada no Programa Ancestralidades de Valorização à Pesquisa 2024
A pesquisa "Marcha das Mulheres Negras Amazônidas: dimensões interseccionais na comunicação ativista em tempos de pandemia" de autoria de Flávia Andrea Sepeda Ribeiro (PPGCOM/UFPA) foi premiada no edital "Programa Ancestralidades de Valorização à Pesquisa 2024", de fomento à produção de reflexão sobre saberes relacionados a meio ambiente e raça. A premiação ocorre dia 12 de Novembro, em São Paulo. A pesquisadora comenta sobre o prêmio: "Muito emocionada e muito feliz com esse reconhecimento, porque não foi fácil essa trajetória, não o mestrado em si, mas ser uma mulher da classe trabalhadora, mãe, no mestrado, trás uma série de percalços que não é só desenvolver a pesquisa. [...] É um momento muito feliz de reconhecimento e valorização dos saberes das mulheres negras amazônidas, dos movimentos sociais, os nossos saberes são válidos. Minha história é uma história coletiva partilhada com esses vários grupos que participo".
Idealizado pelo Itaú Cultural e Fundação Tide Setubal, o edital selecionou 12 pesquisas premiadas entre 267 inscrições. Divididas em 7 selecionadas de 168 inscrições de pesquisas em andamento, com premiação de 12 mil; e pesquisas e estudos concluídos, com 5 selecionadas de 99 inscrições, com premiação de R$ 18 mil, o qual Flávia foi contemplada.
A dissertação de 2023, teve como orientadora a Profª Drª Danila Cal, que comenta sobre o reconhecimento: "Essa premiação é um grande orgulho para nosso grupo de pesquisa, para o PPGCOM-UFPA e para nossa região. A dissertação da Flávia concorreu com 99 trabalhos defendidos em todo o país e foi a única contemplada da Amazônia Legal. Além da qualidade acadêmica, a pesquisa desenvolvida pela Flávia tem forte impacto social ao registrar e analisar a atuação de mulheres negras amazônidas por meio da marcha virtual, que ocorreu no período pandêmico. E o reconhecimento recebido através deste prêmio, que valoriza a diversidade, a justiça social e a equidade, demonstra isso.
No trabalho, Flávia "analisa a Marcha Virtual das Mulheres Negras, que foi realizada em 25 de julho de 2020, primeiro ano da pandemia de Covid-19. O evento, que durou cerca de quatro horas, foi mobilizado, divulgado e realizado por meio das redes digitais, reunindo mulheres negras ativistas de oito dos nove estados da Amazônia Legal". Além de entender o impacto da Marcha para coletividade e protagonismo: "Por meio do aporte e das metodologias acionadas compreendemos que as mulheres negras amazônidas compartilham e politizam de uma identidade regional; que são norteadas pelo pensamento feminista negro, isto é, valorizam saberes de lideranças comunitárias e religiosas e que a marcha aciona diversas dimensões interseccionais não só nas falas das ativistas, mas até mesmo na proposta e realização do evento on-line. Apresentamos esta pesquisa como parte da estratégia das mulheres negras amazônidas para se marcarem como protagonistas e sujeitas de suas histórias".
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